terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Frio de inverno

Saudades de alguém que digo não ser muito mais do que tudo...
Profundo do mundo num só ser...
Andei vagando uns dias que nunca mais recordamos...
Dias frios, pois no inverno não há muito calor.
Mas, possa que haja haver amor.
Bem, andei num andar vago,
Buscando me livrar do sabor amargo,
Um certo sabor amargo que não continha nada mais que desejo
Desejo no viver cansado de buscar, calado,
A morte do dia e a noite no seu nascer pontilhado.
As trilhas que não se pode percorrer ainda estão intactas.
Quem sou eu para desafia-las?
Um mero nada escondido nisso tudo!
Mas as saudades se unem num único horizonte...
Horizonte meio escuro-claro...
O contraste ainda se fazia notar
nos riscos e rabiscos  das sombras de um papel sombreado.
Seria confuso, complicado e até desnorteante;
Mas eu ainda conseguia me lembrar de seu rosto lindo...
Dizendo-se lindo por ocasião de que não se perde os olhos de anjo.
Assim também se vê a auréola da eterna inocência,
Que de tempos em tempos se procura uma luz que brilhe mais que o sol.
As horas estão indo e vindo, findo.
Não tenho muito tempo pra dizer adeus,
Talvez isto seja apenas para os fortes...
Dizer adeus...
Ela ainda me espera?
Nem sei mais do que deveria esquecer
E que não se pode corrigir e nem emendar em um novo sentimento.
A saudade volta... nunca se foi mesmo.
Quero é querer um pouco mais do que nem sei do que quero.
Desespero não é uma palavra que deve ser usada aqui,
Mas irei usá-la com mais frequência na minha vida mundana...
Mundana não...
Enfadonha...
Perdida...
Enegrecida por anos inglórios.
Eu não devia tê-la abandonado...
Amo-a demais e grito meu desespero pelos ares de todos os ventos.
No fim fico rouco de poucas causas que talvez eu não saiba valorizar.
Agora ainda não é tarde, mas é frio...
Frio de inverno...
Talvez seja mais uma desculpa para voltar atrás e tentar  te achar
Mas esse meu querer te achar é infindo?
Ainda não sei o que deixaria de ser...
As mãos gélidas que não possuem luvas rasgadas pelo carvão obscuro
Estão definhando num apodrecer congelante.
Creio que já estou amargurado porque quero
Mas possa também que seja uma ressaca do mar...
O mar está tão longe e tão inalcançável para mim
Não sei porque ele existe
Finge não estar, resiste
Vai e volta, insiste
Volta e vai, persiste.
Metáforas de dores que talvez não sejam tão dolorosas
Parece que o mundo roda e sempre roda sem se importar com o resto
Não se faz nada, dorme-se no relento
Eu grito: te amo!
Palavras mal usadas, em vão
Vento não morno nem tão quente que não possa ser confundido com frio.
De novo o frio...
Frio de inverno.
Talvez as memórias estejam num guarda-roupas antigo e corroído pelos cupins.
Eu a amo, é o que basta?

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