quarta-feira, 14 de julho de 2010

Barulho

Sons confusos e alucinantes
Contornos brancos, vermelhos, sufocantes.
A garganta arde e berra
É um triunfo momentâneo de guerra.

Uiva-se horrivelmente na dor
Opacidade nunca vista, incolor.
Borracha à toa esticada
Atraca-se e é completamente arrebentada.

Pena de um pneu estourado
O carro capota, destroçado.
De dentro sai uma mulher ensaguentada
Este é o seu fim, coitada.

Mas acaba com o estrondo de um trovão
E o que se diz na pronúncia não?
Nada do que se faz no silêncio tardio
O frio, vento vazio.

Um comentário:

  1. Olá.
    Poema metaforicamente preciso.
    A descrição de um barulho que traz a carga de uma dor que dilacera.
    O barulho das ruas, hoje em dia, tão comum na urbe.
    Tão característico das vias e cruzamentos.
    Abç.

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